Entre sem bater. 

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A menina das estrelas

  Uma pequena garota perambulava pelo Universo, pulava de estrela em estrela. Chegava, se encantava, fazia suas anotações e ia embora. De perto, porém, percebia-se que ela fazia algo mais. Depois de adorar a estrela, esnobava-a, falava de como ela é apenas mais uma naquela imensidão e ai sim ia embora.   Eu observava tudo daqui, via no meu céu, como ela é linda, como pode ser tão linda. Demorava um tempo em cada estrela, quando eu achava que já conhecia todas, apareciam mais para ela conhecer. Ela também conhecia as coisas daqui. Cinema, música, literatura e tratava do mesmo modo. Conhecia, fascinava-se e depois, esnobava. Sempre com o papo de como aquilo é pequeno perto do Universo. O esnobe dessa vez tinha um interessante detalhe, dava para ver que ela ria e sorria. O sorriso mais celestial que existe. Inexplicável, mas me vejo lá, vejo amor, muito amor. Queria um dia explicar, quem sabe com ajuda de suas anotações, como eu consegui você.

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Grande dica

  Ano passado eu assistia aula no lado de três das pessoas mais incríveis que eu já conheci. E conhecia faz tempo e, depois desse tempo todo, ano passado vivemos a despedida de uma sala de aula com os quatro unidos. O que parecia o fim, não foi tanto. O pequeno, que ia para mais longe, sempre fez questão de estar por perto. Os outros dois estavam vivendo, talvez não na mesma intensidade, a mesma coisa que eu. Estavam ali. Uma pena não ter mais assistido aula com o maior deles. Faz falta rir com ele, dele e ser motivo da risada (e da piada) dele. Apesar que fiquei sabendo que mesmo sem minha presença, minha cabeça vira motivo de piada. Não tem como não gostar ao menos um pouco da lembrança.

  O outro, o vagabundo, estava um pouco mais presente. A nega. Apesar das idas do coração, marcamos muitas vezes durante o ano de nos vermos e nessa última semana do ano, revivi uma das coisas mais preciosas que levo das minhas duas primeiras e incompletas décadas: a companhia e a risada de um amigo. O décimo ano seria o último, mas como ele foi vivido em tempo integral, essa hora extra que fizemos essa semana nos deu direito a um décimo primeiro ano de sala de aula juntos. Assistir aula ao lado dele é estranho, começando que dificulta o processo de assistir a aula.

  A verdade é que muito provavelmente não nos encontraremos mais em uma sala de aula, principalmente se pensar nos quatro juntos. Eu não imagino vivendo algo tão especial e único novamente, teremos ainda por muito tempo uns aos outros e provavelmente terão outros ciclos que começarão e terminarão, mas o de assistir aula com eles, ao fim desse ano posso dizer que, quase com uma infeliz certeza, acabou. O palhaço do circo, o espetáculo Caio vs. Pamela, a estranha e inexplicável simpatia de professores e colegas por aquele velho tarado, os meus draminhas e minhas novelinhas amorosas, o talk show do Arthur, a dupla que fazia macumba no meio da sala, os melhores videos que a humanidade já produziu, e muitas outras coisas ficam na minha sortuda memória.


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domingo, 19 de dezembro de 2010

Alegria, sempre.

  Nas aulas de geometria, meu professor se afastava da lousa e sempre nos dizia, com aquele tom infantil que tinha em sua voz, infantil e humilde, além de inteligente, que o afastar ajuda a enxergar o desenho de uma forma melhor, a enxergar a dimensão e as possíveis conclusões que se poderia tirar daquela figura. Assim como um afastar de um planeta, com ela também é assim, de perto já se percebe que se trata de algo diferente, misterioso e melhor, mas afastado se encontra a perfeição.

  Seu sorriso é lindo de perto, mas de longe se percebe o brilho, como uma estrela. Sua voz é a calmaria, ou mesmo o riso, a  distância da sua voz é o desespero, é como se o divino de repente não existisse, um religioso sem a sua proteção. Seu toque traz felicidade, mais calmaria e calor, a falta dele mostra a infeliz realidade. Vê-la de longe e poder tê-la por perto, meu anjo radiante que sempre me mostrará o caminho, todos os dias.

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