Entre sem bater. 

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estranhos.

Vivo porque posso ou posso porque vivo? Sei que estou para versos assim como homem está para vida. Uma negação.Onde nasceu o vilão dos filmes e o vilão do palco, na época de Alexandre, até mesmo na época da terra entre rios, sempre fomos nós e nós, do jeito que sou, prefiro pensar que não é tão descendente a necessidade de culpar nossa deficiência com vilões. Os escravos tinham nada porque eram escravos, e nós, somos escravos de quem? Prefiro acreditar na lei da selva do que no egoísmo, não que não exista, mas não é possível de criar sozinho isso, somos os maiores, não somos escravos, não somos vilões, nem herois, não podemos simplesmente, cada um de nós viver uma vida medíocre podendo fazer o que quiser, ou quase isso ao menos? Agora que está tudo tão claro, evidente que produzimos mais do que precisamos, não podemos parar com isso, deixar todo mundo tendo o que precisar, e pronto? Sei lá, não entendo mais nada, mas o problema parece ser antigo, já que quanto mais cavo, mais fundo fica. O ar denso me faz pensar que sei como é e onde fica o fim do túnel, mas não sou idiota, só queria que, sei lá, alguém pegasse uma escada e me puxasse por cima mesmo, aliás, se estivesse lá, meu egoísmo me permitiria não ter que pensar tanta bobagem.

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Campos de ouro

O andar tornava-se cada vez mais lento, preciso e pensado. Cada passo era dado com muita insegurança, o peso em suas costas parecia cada vez maior, queria ter conhecido Notre Dame para entender como aquilo era possível sem nada em suas costas. Andava naquela espécie de areia, movediça não, funda, e seguia pelos caminhos tortuosos e escuro a procura, sabia para onde era seu Norte, só não tinha certeza se era para lá que ele queria ir, mas é para lá que deve ir.

Estava sozinho, não entendia o tamanho da pressão que colocara sobre si mesmo, sabia dos campos de ouro, estava lá, erá só chegar no fim daquele caminho sem luz, talvez o menor feixe de luz o faria ver o que alquimista nenhum viu, talvez algum herdeiro da Dádiva já pensou. Determinado como é, jamais conseguiria ver que areia na verdade era ouro.

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