Na minha cultura, é normal casais irem garimpar juntos, então partimos para a mina, eu e ela, apesar de acabarmos de nos conhecer.
Entramos numa mina desconhecida, escura, acho que fomos os primeiros. Não andamos muito e encontramos uma pedra, uma rocha gigante, do nosso tamanho, do meu tamanho. Com uma cor diferente, esverdeada, estávamos certos do que era aquilo, um diamante. Enorme. Ela estava bem presa no restante da caverna, teríamos que praticamente lapidá-la por inteira para tirá-la dali.
Pois então começamos, e logo de início já era possível perceber, então comentei:
- Como brilha. - ela então:
- Mas ainda nem chegamos no diamante, isso aqui é só a rocha... Ela é diferente, consigo me ver um pouco nela.
- Mas brilha... Muito...
- Não enxergo...
E eu via aquele brilho refletir cada vez mais, mas brilhava muito intensamente desde o começo. Toda a caverna estava brilhando.
O seu brilho faz toda a minha caverna brilhar, pequenina.
Agora é só continuarmos lapidando, juntos.
Estava mais angustiado que o goleiro na hora do gol, quando você entrou aqui, como sol no quintal.
Entre sem bater.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Viver de luz
Então eu respirei. Bem fundo. Para inspirar foi necessário coragem, já que não o fazia assim há muito tempo. Para expirar, uma mistura. Dor, angústia e alívio. Talvez seja só a gripe tornando tudo mais dramático, ainda assim foi só agora que respirei.
Minhas raízes estão apodrecidas, só não morri porque estão cuidando do jardim. É demorado e difícil criar novas raízes, meus jardineiros e jardineiras são tão amáveis que muitas vezes esqueço que eles podem ir embora, ou talvez a vida não precise continuar sem ter quem regue-a. O xilema me manda fazer raízes, o floema manda me preocupar apenas com as flores.
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